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Mês Mariano: Cerimônia de Descida da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré acontecerá nesta segunda-feira (25)

25/05/2020

Em celebração ao mês mariano, os Padres Barnabitas junto à Diretoria da Festa de Nazaré e a Arquidiocese de Belém realizarão, nesta segunda-feira (25), a cerimônia da Descida da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré, do Glória.  O momento acontecerá após a Santa Missa das 18h, no Santuário da Rainha da Amazônia, e contará com a presença de autoridades eclesiásticas, levando em consideração todas as orientações prescritas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), prezando pela segurança e saúde de todos os presentes.

Amparados pelos braços acolhedores de Maria, os devotos da Rainha da Amazônia aguardam ansiosos para participarem desta cerimônia. Desta vez, em função do contexto de vulnerabilidade no qual o povo do mundo inteiro presencia, os fiéis poderão participar da celebração por meio das transmissões realizadas pelas plataformas digitais oficiais da Basílica Santuário no Facebook e Youtube e, também, pela TV Nazaré.

A Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré desce, apenas, duas vezes ao ano, sendo nos meses de Maio e Outubro.


Histórico:

Na capital Paraense, Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará (1772 a 1782), que pertencia à Terceira Ordem Regular de São Francisco, transcreve em um manuscrito, atribuído ao Convento de Santo Antônio dos Capuchos, em Portugal, sua conversa com Plácido José de Souza, sobre como teria sido encontrada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em 1700. O Prelado visitou a ermida de Plácido logo após sua chegada a Belém.

De acordo com o documento histórico, o achado acontecera ao final do mês de outubro, há poucos passos ao sul da estrada do Maranhão, sobre pedras lodosas, à margem de um córrego onde o gado se saciava. O bispo relata que à época os pais de Plácido ainda eram vivos e que ao falecerem foram sepultados à margem do igarapé.

Plácido imaginou que a imagem poderia ser de algum peregrino em viagem para o Maranhão, já que os viajantes paravam ali para beber água. Também poderia ser de algum cristão que, surpreendido pelos indígenas, fugira ou morrera sem poder abrigar a estatueta.

A choupana de Plácido, próxima ao ponto de água, era bastante procurada como pousada na estrada do Maranhão e por isso muitas pessoas conheciam a imagem, que começou a receber ceras e outros donativos. Ele lamentava não ter recursos para preparar um oratório mais decente, mas, de acordo com o relato de Dom Frei João Evangelista: “O coração do humilde era o melhor abrigo para a Rainha dos Céus”.

O historiador Almeida Pinto confirma a existência do manuscrito, acrescentando que em 1773 foi iniciada a construção da segunda ermida por Plácido, com a primeira pedra abençoada pelo prelado.

Outras versões para os fatos também estão presentes na tradição repassada ao longo de várias gerações entre os devotos, algumas relatando a origem de Plácido e da imagem si, bem como a forma como foi encontrada e seus retornos misteriosos e que Plácido, no momento do achado, poderia estar recolhendo lenha, caçando ou levando o gado para beber água. As narrativas o apontam como agricultor, caçador, fidalgo e outras como caboclo. Filho de Manoel Aires de Souza, era sobrinho de Aires de Souza Chichorro, que foi um dos capitães lusos do Grão-Pará. Ana Maria de Jesus, esposa de Plácido, era natural do Pará, filha de Fernão Pinto da Gaia, irmão além-tejano Antônio Pinto da Gaia, também capitão-mor, que teria doado as terras na estrada do Maranhão, conhecidas ainda como Utinga.