XXX CONCURSO DE REDAÇÃO CÍRIO 2024

TEXTO 1º LUGAR

ALUNA: BEATRIZ RUBIM DOS SANTOS

ESCOLA: COLÉGIO MARISTA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

PROFESSORA: KAROL SALES

          A Oração do Pai-Nosso foi concedida à humanidade quando os discípulos pediram ao Mestre que os ensinasse a orar. Atravessando os séculos, rompendo barreiras geográficas, transcendendo disparidades linguísticas e permanecendo no coração dos fiéis até a atualidade, o Pai-Nosso é um apelo dos filhos, em sua frágil condição humana, tão suscetíveis aos males da vida terrena, que clamam pela misericórdia divina. Nesse cenário de vulnerabilidade carnal, no qual as tentações contemporâneas como o egocentrismo e o apego material – máculas tão antigas quanto a fragilidade da carne – estão à espreita, os cristãos devem buscar a salvação nos exemplos enviados pelo Altíssimo.

          É preciso lutar contra o tentador egoísmo que afasta os homens da vida santa. Diante dessa fragilidade, resgatemos a trajetória de Maria, a Cheia de Graça, que era apenas uma jovem quando foi escolhida para gerar o Filho do Homem. Ao aceitar que a Palavra se fizesse nascer através de si, Maria doou seu ventre e sua vida à criação do Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo, demonstrando, além de inabalável fé nos planos divinos, imensurável amor pela humanidade. Como fez aquela garota de Nazaré, os cristãos devem semear e cultivar o altruísmo, negando os valores de uma sociedade que prega o orgulho e a prevalência do “eu”, para abraçar o “nós”, em comunhão com seus irmãos na Igreja.

          Ademais, a tentação da matéria representa outro obstáculo a ser superado pelos fiéis. Tomemos, pois, o exemplo do apóstolo Mateus: cobrador de impostos, protegido por Roma e dotado de riquezas materiais. Contudo, ao ouvir  o chamado do Messias, ele renunciou a todos os seus privilégios, escolhendo uma vida simples e despossuída, com um único propósito: seguir o Mestre. Da mesma forma, todo cristão recebe o chamado à vida de santidade, todavia, por vezes, encontram-se presos demais às vicissitudes da carne, apegados demais às posses materiais. Logo, devemos nortear as ações de Mateus, levando na mente e no coração seu valioso exemplo de humildade, de desapego à matéria e de prontidão para atender ao chamado de Cristo.

          Portanto, frente às tentações que nos são oferecidas na fragilidade da condição terrena, o altruísmo da Santa Mãe e o desapego do discípulo Mateus devem ser o farol da Igreja, orientando os fiéis ao Reino dos Céus. Seguindo esses exemplos, tão humanos e tão santos, é notório que Deus é Pai de misericórdia, atendendo ao pedido de seus filhos a todo momento, deixando-os amparados com figuras de inspiração que apontam o caminho do livramento do mal e, por fim, a trilha para o Céu.